Um Evangelho Digno de Morrermos por Ele


“Para testemunhar o evangelho da graça de Deus” (Atos 20.24).


Paulo disse que, em comparação com o seu grande propósito de pregar o evangelho, não considerava sua preciosa para si mesmo; mas temos certeza de que Paulo valorizava a sua própria vida. Como todo homem, ele tinha amor pela vida e sabia que sua própria vida era importante para a igreja e a causa de Cristo. Certa vez Paulo disse: “Por vossa causa, é mais necessário permanecer na carne” (Fp 1.24). Ele não estava cansado da vida, nem era uma pessoa tola que tratava a vida como fosse algo que podia lançar fora nos esportes. Paulo valorizava a vida, visto que valorizava o tempo, que constitui a vida, e usava de modo prático cada dia e hora, “remindo o tempo, porque os dias são maus” (Ef 5.16). Apesar disso, Paulo falou aos presbíteros da igreja de Éfeso que não considerava a sua vida preciosa, em comparação com o dar testemunho do evangelho da graça de Deus.



De acordo com o versículo que ora consideramos, o apóstolo considerava a vida como uma carreira que tinha de realizar. Ora, quanto mais rapidamente corrermos, tanto melhor será a carreira. Com certeza, a extensão não é o alvo desejado. O único pensamento de um corredor é como ele pode alcançar mais rapidamente a marca de chegada. Ele menospreza o solo; não se preocupa com o percurso, exceto com o fato de que aquele é o caminho pelo qual ele tem de correr para atingir seu objetivo. A vida de Paulo era assim. Todo o vigor de seu espírito estava concentrado na busca de um único objetivo, ou seja, dar testemunho do evangelho da graça de Deus. E a vida que Paulo tinha aqui embaixo era valorizada por ele somente como meio para atingir seu objetivo.



Paulo também considerava o evangelho e seu ministério de testemunhá-lo como um depósito sagrado que lhe fora confiado pelo próprio Senhor. Paulo via a si mesmo como aquele a quem o evangelho fora confiado (cf. 1 Ts 2.4) e resolvera ser fiel, embora isso lhe custasse a vida. Diante dos olhos de sua mente, Paulo via o Senhor tomando em suas mãos traspassadas o cofre precioso que continha a jóia celestial da graça de Deus e dizendo-lhe: “Eu o redimi com meu sangue, eu o chamei por meu nome; agora confio esta coisa preciosa às suas mãos, para que você cuide dela e guarde-a até com o seu próprio sangue. Eu o comissiono a ir por todos os lugares, com meu substituto, para fazer conhecido a cada pessoa, debaixo do céu, o evangelho da graça de Deus”.



Todos os crentes ocupam um lugar semelhante ao de Paulo. Nenhum de nós é chamado ao apostolado, nem todos somos chamados à pregação pública da Palavra de Deus. No entanto, somos todos encarregados de sermos ousados em favor da verdade, na terra, e de batalharmos diligentemente pela fé que uma vez foi entregue aos santos. Oh! que façamos isso no mesmo espírito do apóstolo dos gentios! Como crentes, somos chamados a algum tipo de ministério. Isso deve fazer de nossa vida uma carreira e uma causa que nos levem a considerar-nos guardiões do evangelho, assim como um soldado que porta as insígnias de um regimento se considera obrigado a sacrificar tudo em favor de sua preservação.



O que era esse evangelho pelo qual Paulo estava disposto a morrer? Não era qualquer coisa chamada “evangelho” que produzia esse entusiasmo. Em nossos dias, temos evangelhos pelos quais eu não morreria, nem recomendaria a qualquer de vocês que vivessem por eles, pois são evangelhos que se extinguirão em poucos anos. Nunca é digno que morramos por uma doutrina que morrerá por si mesma. Já vivi tempo suficiente para ver o surgimento, o florescimento e a decadência de vários evangelhos. Há muito disseram-me que minha velha doutrina calvinista estava ultrapassada, era uma coisa desacreditada. Em seguida, ouvi que o ensino evangélico, em qualquer forma, era uma coisa do passado que seria suplantada por “pensamentos avançados”.



No entanto, costumava haver no mundo um evangelho que consistia de fatos nunca duvidados pelos verdadeiros cristãos. Na igreja havia um evangelho que os crentes abrigaram no coração como se fosse a vida de sua alma. No mundo, costumava haver um evangelho que provocava entusiasmo e recomendava o sacrifício. Milhares e milhares se reuniam para ouvir esse evangelho ao risco de sua própria vida. Homens o pregaram, mesmo em face da oposição dos tiranos; sofreram a perda de todas as coisas, foram presos e mortos por causa desse evangelho, cantando salmos em todo o tempo. Não há remanescente desse evangelho? Ou chegamos à terra da ilusão, na qual as almas passam fome, alimentando-se de suposições, e se tornam incapazes de ter confiança ou zelo? Os discípulos de Jesus estão agora se alimentando da espuma do “pensamento” e do vento da imaginação, nos quais os homens se enlevam e ficam exaltados? Ou retornaremos ao alimento substancial da revelação infalível e clamaremos ao Espírito Santo que nos alimente com sua própria Palavra inspirada?



O que era esse evangelho que Paulo valorizava mais do que sua própria vida? Paulo o chamou de “evangelho da graça de Deus”. O aspecto do evangelho que mais impressionou o apóstolo foi o de que era uma mensagem da graça, e tão-somente da graça. Em meio à música das boas-novas, uma nota se sobressaía às outras e encantava os ouvidos do apóstolo. Essa nota era a graça — a graça de Deus. Essa nota ele considerava característica de toda a melodia; o evangelho era o “evangelho da graça de Deus”. Em nossos dias, a palavra graça não é muito ouvida; ouvimos a respeito dos deveres morais, ajustes científicos e progresso humano. Quem nos fala sobre a graça de Deus, exceto umas poucas pessoas antiquadas que logo passarão? Sou uma dessas pessoas antiquadas, por isso tentarei ecoar essa palavra graça, para que todos os que conhecem o seu som se regozijem, e ela penetre o coração daqueles que a desprezam.



A graça é a essência do evangelho. A graça é a única esperança para este mundo caído! É o único consolo para os santos que esperam pela glória. No que concerne à graça, talvez Paulo tinha uma percepção mais clara do que Pedro, Tiago ou João; por isso, ele escreveu mais no Novo Testamento. Os outros escritores apostólicos excederam a Paulo em outros aspectos, mas ele, devido à clareza e à profundidade na doutrina da graça, permanece como o primeiro e o mais importante. Precisamos novamente de Paulo ou, pelo menos, do evangelismo e da clareza paulinos. Ele desprezaria esses novos evangelhos e diria aos que o seguem: “Admira-me que estejais passando tão depressa daquele que vos chamou na graça de Cristo para outro evangelho, o qual não é outro, senão que há alguns que vos perturbam e querem perverter o evangelho de Cristo” (Gl 1.6-7).



Permita-me explicar de modo breve como o evangelho é as boas-novas da graça. O evangelho é um anúncio de que Deus está disposto a perdoar a culpa do homem com base no favor gratuito e na pura misericórdia. Não haveria boas novas em dizer que Deus é justo, pois, em primeiro lugar, isso não é novidade. Todos sabemos que Deus é justo; a consciência natural ensina isso. O fato de que Deus pune o pecado e recompensa a justiça não é uma novidade. E, se fosse, ainda não seria uma boa notícia; pois todos pecamos, e, com base na justiça, todos devemos perecer. Mas o fato de que o Juiz de todos está pronto a perdoar as transgressões e justificar o ímpio, isso é boa nova, da melhor qualidade. O fato de que o Salvador perdoará o pecado, vestirá o pecador com sua justiça e o receberá em seu favor, não por conta do que ele fez ou fará, e sim por causa da graça soberana — isso é boa nova. Embora sejamos todos culpados, e todos condenados por nossos pecados, Deus está disposto a nos remover da maldição de sua lei e nos dar toda a bem-aventurança de um homem justo, num ato de pura misericórdia. Esta é uma mensagem digna de que morramos por ela — a mensagem de que, mediante a graça, Deus pode ser justo e, ao mesmo tempo, justificador daquele que crê em Jesus; a mensagem de que ele pode ser justo Juiz dos homens e de que os crentes podem ser justificados gratuitamente pela graça de Deus, mediante a redenção que há em Cristo Jesus! O fato de que Deus é misericordioso e gracioso e está pronto a abençoar o mais indigno é uma notícia maravilhosa! É uma notícia digna de um homem gastar centenas de vidas comunicando-a!



O meu coração pula dentro de mim, quando repito isso, neste salão, e digo ao arrependido, ao desanimado e ao desesperado que, embora seus pecados mereçam o inferno, a graça lhes pode dar o céu e prepará-los para aquele lugar bendito; e pode fazer isso como um ato soberano de amor, completamente independente do caráter e merecimentos deles. Há esperança para o mais desesperado, porque o Senhor diz: “Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão” (Rm 9.15). Visto que o Senhor diz: “Não depende de quem quer ou de quem corre, mas de usar Deus a sua misericórdia” (Rm 9.16), há uma porta de esperança aberta para aqueles que, de outro modo, entrariam em desespero. Sim, posso entender Paulo sentindo uma santa agitação a respeito de uma revelação como essa da graça gratuita! Posso entendê-lo sentindo-se disposto a entregar a própria vida, a fim de anunciar aos pecadores que a graça reina por meio da justiça para a vida eterna.



Mas o evangelho nos diz muito mais do que isso. O evangelho nos diz que Deus, o Pai, a fim de relacionar-se com os homens, com base no favor gratuito, Ele mesmo removeu o grande obstáculo que estava no caminho da misericórdia. Deus é justo; essa é uma verdade inquestionável. A consciência humana reconhece isso, e a consciência do homem não fica tranqüila enquanto não vê a justiça de Deus satisfeita. Então, para que Deus lidasse de maneira justa e misericordiosa com o homem, Ele deu seu Filho unigênito, a fim de que, por sua morte, a lei recebesse o que lhe era devido e fossem mantidos os princípios eternos do governo de Deus. Jesus foi designado a assumir o lugar do homem, levar o seu pecado e suportar o castigo da sua culpa. Como Isaías afirma isso com tanta clareza em seu capítulo 53! Agora o homem é salvo em segurança, porque o mandamento não é desprezado, nem a penalidade, revogada. Jesus fez e suportou tudo que a justiça mais severa poderia ter exigido. E a graça tem as mãos desimpedidas para distribuir perdões conforme lhe apraz. O devedor é liberado, pois a sua dívida foi paga. Ele vê o Salvador morrendo e ouve o profeta, que diz: “O castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Is 53.5).



Irmãos, planejar e aceitar a expiação foi graça da parte de Deus, especialmente porque Ele mesmo proveu a expiação às custas de Si mesmo. Isso é maravilhoso! Aquele que foi ofendido, Ele mesmo proveu a reconciliação! Ele tinha apenas um Filho. E, como havia um obstáculo impedindo-o de relacionar-se com os homens, com base na pura graça, Ele tomou seu Filho, permitiu-Lhe assumir nosso natureza frágil e, nessa, natureza permitiu-Lhe morrer, o Justo pelos injustos, para conduzir-nos a Deus. “Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados” (1 Jo 4.10). Isso é o evangelho da graça de Deus — Ele é capaz de, sem injustiça, lidar com os homens servindo-se de pura misericórdia, mas completamente separado dos pecados ou dos méritos deles, porque tais pecados foram lançados sobre seu Filho, Jesus Cristo, que ofereceu à justiça divina uma satisfação completa, para que Deus seja glorioso em santidade e, ao mesmo tempo, rico em misericórdia. Sim, amado Paulo, existe algo digno de ser pregado neste mundo!



A fim de cumprir os desígnios da graça era necessário que a mensagem do evangelho fosse anunciada cheia de promessa, encorajamento e bênção. De fato, essa mensagem foi entregue a nós, pois o evangelho que pregamos está repleto de graça. Ele diz assim: Pecador, tal como você está, converta-se ao Senhor; Ele o receberá e o amará graciosamente. Deus anuncia: “Para com as suas iniqüidades, usarei de misericórdia e dos seus pecados jamais me lembrarei” (Hb 8.12). Por causa de Cristo, e não por causa de quaisquer agonias, lágrimas e pesares em você, Deus afastará de você os seus pecados, como o Oriente dista do Ocidente. Ele disse: “Vinde, pois, e arrazoemos, diz o Senhor; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã” (Is 1.18). Você pode vir a Jesus tal como está; Ele lhe dará remissão completa, desde que você creia nEle. O Senhor diz hoje: “Não olhe para dentro de si mesmo, como se quisesse achar qualquer mérito ali. Olhe para mim e seja salvo. Eu o abençoarei à parte dos méritos, de acordo com a expiação de Cristo Jesus”. Ele diz: “Não olhe para dentro de si mesmo, como se procurasse alguma força para a vida futura. Eu serei a sua força e a sua salvação, pois, quando você estava sem forças, Cristo morreu no devido tempo em favor de ímpios”.



A mensagem do evangelho é uma mensagem de graça porque é direcionada àqueles cujo único clamor é a sua necessidade. Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes. Cristo não veio para chamar justos, e sim pecadores, ao arrependimento. Portanto, venham aqueles que são moralmente enfermos; venham aqueles cuja fronte está embranquecida pela lepra do pecado. Venham e sejam bem-vindos, pois este evangelho proclamado por autoridade divina é para vocês. Com certeza, uma mensagem como essa é digna de todo esforço em favor de sua propagação; ela é tão bendita, tão divina, que podemos derramar, com alegria, nosso próprio sangue a fim de proclamá-la.



Além disso, para que este evangelho abençoador chegue ao alcance do homem, a graça de Deus adotou um método adequado à condição do homem. Alguém pode indagar: “Como posso ser perdoado? Responda-me logo, com verdade!” Eis a resposta: “Crê no Senhor Jesus e serás salvo” (At 16.31). Deus não exige de você boas obras, nem bons sentimentos, e sim que esteja disposto a aceitar o que Ele dá gratuitamente. Deus salva com base no crer. Isto é fé: creia que Jesus é o Filho de Deus e confie-se a Ele. “Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem no seu nome” (Jo 1.12). Se você crer, será salvo. A salvação “provém da fé, para que seja segundo a graça, a fim de que seja firme a promessa para toda a descendência” (Rm 4.16).



Talvez você digá: “Mas a fé está além de meu alcance”. Então, no evangelho da graça de Deus somos informados de que a própria fé é um dom de Deus, que a produz nos homens por meio do seu Espírito Santo. Sem o Espírito Santo, os homens estão mortos em delitos e pecados. Oh! que graça preciosa! A fé ordenada é também outorgada! “Mas”, alguém diria, “se eu crer em Jesus e os meus pecados passados forem perdoados, tenho medo de voltar ao pecado, pois não tenho forças para me guardar quanto ao futuro”. Ouça: o evangelho da graça de Deus é este: Ele o guardará até ao fim; Deus manterá vivo o fogo que acendeu em você, pois Ele mesmo diz: “Dou a vida eterna às minhas ovelhas”. E diz também: “A água que eu lhe der será nele uma fonte a jorrar para a vida eterna” (Jo 4.14).



As ovelhas de Cristo nunca perecerão, e ninguém jamais as arrebatará das mãos dEle. Você ouviu isso, pecador culpado, que não tem qualquer direito à graça de Deus? A graça gratuita de Deus lhe será dada; sim, ela será dada até a você. Se você for tornado disposto a recebê-la, será salvo neste mesmo dia, e salvo para sempre, sem qualquer dúvida. Digo-o novamente: este evangelho é tão digno de ser pregado, que posso entender as palavras de Paulo: “Em nada considero a vida preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus”.



Você se sente inclinado a aceitar o caminho e o método da graça? Permita-me testá-lo. Algumas pessoas acham que amam algo, mas, de fato, não o amam, pois cometeram um erro concernente ao que imaginam amar. Você entende que não tem qualquer direito em relação a Deus? Ele diz: “Terei misericórdia de quem me aprouver ter misericórdia e compadecer-me-ei de quem me aprouver ter compaixão” (Rm 9.15). Quando nos referimos à pura misericórdia, ninguém pode realmente apresentar um direito para com ela. De fato, não existe tal direito. Se a misericórdia vem por graça, ela não é uma dívida; e, se é uma dívida, não vem por graça. Se Deus quer salvar uma pessoa e deixar outra perecer em seu próprio pecado obstinado, essa outra pessoa não pode argumentar com Deus. E, se o fizer, a resposta será: “Não posso fazer o que quero com aquilo que é meu?” Oh! você parece como se estivesse afastado da misericórdia! Preste atenção: o seu orgulho se revolta contra a soberania da graça. Deixe-me convidá-lo a retornar outra vez. Embora você não tenha qualquer direito, há outra verdade, que lhe é favorável.



Por outro lado, nada impede que você obtenha misericórdia. Se você não precisa de qualquer bondade para recomendar-lhe a Deus, visto que tudo que Ele dá é puro favor, nenhuma maldade é capaz de privá-lo desse favor. Embora você seja culpado, Deus pode mostrar-lhe favor. Em outros casos, Ele já chamou os piores pecadores. Por que não o faria com você também? De qualquer modo, nenhuma agravação de seu pecado, nenhuma permanência no pecado, nenhum aprofundamento no pecado pode ser a razão por que Deus não lhe daria sua graça; pois, se a pura graça, e nada mais do que esta, tem de exercer seu reino, o mais perverso transgressor pode ser salvo. Neste caso, há ocasião para a graça manifestar a sua grandeza. Tenho ouvido homens apresentarem desculpas com base na doutrina da eleição. Eles têm dito: “O que acontecerá se eu não for um eleito?” Parece-me mais sábio dizer: “O que acontecerá se eu for um eleito?” Sim, eu sou um eleito, se creio em Jesus, pois nunca houve um caso de uma alma descansar na expiação de Cristo, sem que fosse eleita de Deus desde antes da fundação do mundo.



Este é o evangelho da graça de Deus, e sei que ele toca o coração de muitos de vocês. Ele sempre estimula a minha alma, como o som de uma marcha militar, a pensar na graça de meu Senhor manifestada desde a eternidade, uma graça que é constante à sua escolha e lhe continuará sendo constante, mesmo quando todas as coisas visíveis desaparecerem como faíscas que se dissipam pela chaminé. Dentro de mim, o coração se regozija por ter de pregar essa graça gratuita e esse amor da morte de Cristo. Existe algo neste evangelho da graça gratuita que o torna digno ser pregado, digno de ser ouvido e digno de morrermos por ele.



Meu amigo, se o evangelho não lhe tem feito nada, abra seus lábios e fale contra ele. Mas, se o evangelho lhe tem feito o que faz por muitos de nós; se tem mudado sua vida, se o tirou da masmorra e o fez assentar-se num trono; se o evangelho é a sua comida e a sua bebida, bem como o próprio centro e o vigor de sua vida, testemunhe-o constantemente. Se o evangelho se tornou para você aquilo que ele é para mim, a luz de meu coração interior, o âmago de meu ser, proclame-o onde quer você vá e torne-o conhecido, ainda que as pessoas o rejeitem. O evangelho é para você o poder de Deus para a salvação e será isso mesmo para todos os que crerem.



Meu tempo acabou, mas tenho de detê-los mais um pouco, enquanto recordo-lhe as razões por que nós, irmãos, devemos fazer conhecido o evangelho da graça de Deus.



Primeiramente, ele é, afinal de contas, o único evangelho que existe no mundo. Esses evangelhos efêmeros do presente, que vão e vêm como um jornal barato — proeminente por um dia, mas depois lançado fora —, não têm direito ao zelo de qualquer homem. Contudo, ouvir o evangelho da graça de Deus é digno de uma caminhada de muitos quilômetros. E, se o evangelho fosse explicado com clareza em todas as igrejas, garanto-lhes que veríamos poucos bancos vazios: as pessoas viriam para ouvi-lo, pois sempre têm feito isso.



É um evangelho sem a graça de Deus que faz o rebanho passar fome, até que as ovelhas esqueçam as pastagens... Os homens querem algo que estimule seu coração em meio aos seus labores e lhes dê esperança quando estão sob o senso de pecado. Assim como o sedento necessita de água, assim também o homem necessita do evangelho da graça de Deus. E não existem dois evangelhos no mundo, assim como não existem dois sóis neste céu. Há somente uma atmosfera a respirarmos e apenas um evangelho pelo qual podemos viver.



Em segundo, viva pelo evangelho porque ele glorifica a Deus. Você percebe como o evangelho glorifica a Deus? Ele humilha o pecador, tornando-o nada, e mostra que Deus é tudo em todos. O evangelho coloca a Deus no trono e lança o homem no pó. Depois, ele conduz amavelmente o homem a adorar e reverenciar o Deus de toda graça, que perdoa a transgressão, a iniqüidade e o pecado. Então, propague o evangelho.



Propague-o porque assim você glorificará a Cristo. Oh! se Ele viesse a este púlpito nesta manhã, quão alegremente O receberíamos! Quão piedosamente O adoraríamos! Se pudéssemos apenas ver a sua face, sua face majestosa e querida, não nos prostraríamos em adoração? Se Ele falasse e dissesse: “Meus amados, eu lhes confiei o meu evangelho. Mantenham-no firme como o receberam! Não atentem às idéias e imaginações de homens, mantenham firme a verdade como a receberam. E anunciem ao mundo a minha Palavra, pois tenho outras ovelhas que ainda não fazem parte de meu rebanho e que devem ser trazidas. E vocês têm irmãos que são filhos pródigos, eles precisam retornar ao lar”. Eu lhes digo: se o Senhor os contemplasse individualmente e lhes falasse isso, cada um de vocês responderia: “Senhor, viverei para Ti! Eu farei que Te conheçam. Se for preciso, morrerei por Ti, a fim de tornar público o evangelho de Jesus Cristo!”



Extraído de um sermão pregado na manhã de 12 de agosto de 1883, em Exeter Hall.
 
Charles Spurgeon

O Avivamento que Precisamos

Somos abençoados quando nos aproximamos de Deus através da oração. Sentimos tristeza ao perceber que muitas igrejas demonstram tão pouca importância à oração coletiva.
De que maneira receberemos alguma bênção, se nos mostramos negligentes em pedi-la? Podemos aguardar um Pentecostes, se jamais nos reunimos uns com os outros, a fim de esperar no Senhor? Irmãos, nossas igrejas nunca serão melhores, enquanto os crentes não estimarem intensamente a reunião de oração.
Mas, estando reunidos para oração, de que maneira devemos orar? Tenhamos cuidado para não cair no formalismo, pois estaremos mortos, imaginando que possuímos vida. Não duvidemos, motivados por incredulidade, ou estaremos orando em vão. Oh! que tenhamos fé imensa, para com ela apresentarmos a Deus grandes súplicas!
Temos misturado o louvor e a oração como um precioso composto de especiarias, adequado para ser oferecido sobre o altar de incenso por intermédio de Cristo, nosso Senhor. Não poderíamos agora apresentar-Lhe uma súplica especial, de maior alcance? Parece a mim que deveríamos orar em favor de um verdadeiro e puro avivamento em todo o mundo.

Um Avivamento Genuíno e Duradouro

Regozijo-me com quaisquer evidências de vida espiritual, ainda que sejam entusiásticas e temporárias, e não sou precipitado em condenar qualquer movimento bem-intencionado. Contudo, tenho bastante receio de que muitos dos chamados avivamentos, em última análise, causaram mais danos do que benefícios. Uma espécie de loteria religiosa tem fascinado muitos homens, trazendo-lhes repúdio pelo bom senso da verdadeira piedade.
Não desejo menosprezar o ouro genuíno, ao desmascarar as falsificações. Longe disso. Acima de tudo, desejamos que o Senhor envie-nos um verdadeiro e duradouro avivamento espiritual.
Precisamos de uma obra sobrenatural da parte do Espírito Santo, trazendo poder à pregação da Palavra, motivando com vigor celestial todos os crentes, afetando solenemente os corações dos indolentes, para que se convertam a Deus e vivam. Se este avivamento acontecesse, não seríamos embriagados pelo vinho do entusiasmo carnal, mas cheios do Espírito. Contemplaríamos o fogo dos céus manifestando-se em resposta às fervorosas orações de homens piedosos. Não podemos rogar que o Senhor, nosso Deus, revele seu poderoso braço aos olhos de todos os homens nestes dias de declínio e vaidade?

Antigas Doutrinas

Queremos um avivamento das antigas doutrinas. Não conhecemos uma doutrina bíblica que, no presente, não tenha sido cuidadosamente prejudicada por aqueles que deveriam defendê-la. Há muitas doutrinas preciosas às nossas almas que têm sido negadas por aqueles cujo ofício é proclamá-las. Para mim é evidente que necessitamos de um avivamento da antiga pregação do evangelho, tal como a de Whitefield e de Wesley.
As Escrituras têm de se tornar o infalível alicerce de todo o ensino da igreja; a queda, a redenção e a regeneração dos homens precisam ser apresentadas em termos inconfundíveis.

Devoção Pessoal

Necessitamos urgentemente de um avivamento da devoção pessoal. Este é, sem dúvida, o segredo do progresso da igreja. Se os crentes perdem a sua firmeza, a igreja é arremessada de um lado para o outro. Quando eles permanecem firmes na fé, a igreja continua fiel ao seu Senhor.
O futuro da igreja, nas mãos de Deus, depende de pessoas que na realidade são espirituais e piedosas. Oh! que o Senhor levante mais homens genuinamente piedosos, vivificados pelo Espírito Santo, consagrados ao Senhor e santificados pela verdade!
Irmãos, cada um de nós precisa viver, para que a igreja continue viva. Temos de viver para Deus, se desejamos ver a vontade do Senhor prosperar em nossas mãos. Homens consagrados tornam-se o sal da sociedade e os salvadores da raça humana.

Espiritualidade no Lar

Necessitamos profundamente do avivamento da espiritualidade no lar. A família cristã era o baluarte da piedade na época dos puritanos; mas, nesses dias maus, centenas de famílias chamadas cristãs não realizam adoração no lar, não estabelecem restrições, nem ministram qualquer disciplina e ensino aos seus filhos. Como podemos esperar que o reino de Deus prospere, quando os discípulos de Cristo não ensinam o evangelho a seus próprios filhos?
Ó homens e mulheres crentes, sejam cuidadosos naquilo que fazem, sabem e ensinam! Suas famílias devem ser treinadas no temor do Senhor, e sejam vocês mesmos “santos ao Senhor”. Deste modo, permanecerão firmes como uma rocha no meio das ondas de terror que surgirão e da impiedade que nos assedia.

Intenso e Consagrado Poder

Desejamos um avivamento de intenso e consagrado poder. Tenho suplicado por verdadeira piedade; agora imploro por um de seus mais nobres resultados. Precisamos de santos. Precisamos de mentes graciosas, experimentadas em uma elevada qualidade de vida espiritual resultante de freqüente comunhão com Deus, na quietude.
Os santos adquirem nobreza por meio de sua constante permanência no lugar onde se encontram com o Senhor. É aí que adquirem o poder na oração que tanto necessitamos. Oh! que o Senhor levante na igreja mais homens como John Knox, cujas orações causavam à rainha Maria mais terror do que 10.000 soldados! Oh! que tenhamos mais homens como Elias, que através de sua fé abriu e fechou as janelas dos céus!
Esse poder não surge por meio de um esforço repentino; resulta de uma vida devotada ao Deus de Israel. Se toda a nossa vida for pública, teremos uma existência insignificante, transitória e ineficaz. Entretanto, se mantivermos intensa comunhão com Deus, em secreto, seremos poderosos em fazer o bem. Aquele que é um príncipe com Deus ocupará uma posição nobre entre os homens, de acordo com a verdadeira avaliação de nobreza.

Estejamos atentos para não sermos pessoas dependentes de outras; nos esforcemos para descansar em nossa verdadeira confiança no Senhor Jesus. Que nenhum de nós caia numa situação de infeliz e medíocre dependência dos homens! Desejamos ter entre nós crentes firmes e resistentes, assim como as grandes mansões que permanecem, de geração em geração, como pontos de referência de nosso país; não almejamos crentes semelhantes a casas de saibro, e sim a edifícios bem construídos, capazes de suportar todas as intempéries e desafiar o próprio tempo.
Se na igreja tivermos um exército de homens inabaláveis, firmes, constantes e sempre abundantes na obra do Senhor, a glória da graça de Deus será claramente manifestada, não somente neles mesmos, mas também naqueles que vivem ao seu redor. Que o Senhor nos envie um avivamento de poder consagrado e celestial!
Pregue por intermédio de suas mãos, se você não pode pregar por meio de seus lábios. Quando os membros de nossas igrejas demonstrarem o fruto de verdadeira piedade, imediatamente encontraremos pessoas perguntando qual a árvore que produz esse fruto.
A oração coletiva dos crentes é a primeira parte de um Pentecostes; a conversão dos pecadores, a outra. Começa somente com “uma reunião de oração”, mas termina com um grande batismo de milhares de convertidos. Oh! que as orações dos crentes se tornem como ímãs para os pecadores! E que o reunir-se de homens piedosos seja uma isca para atrair os homens a Cristo! Venham muitas pessoas a Jesus, porque vêem outros correrem em direção a Ele.

“Senhor, afastamos nosso olhar desses pobres e tolos procrastinadores e buscamos a Ti, rogando-Te que os abençoes com o teu onisciente e gracioso Espírito. Senhor, converte-os, e eles serão convertidos! Através de sua conversão, rogamos que um avivamento comece hoje mesmo. Que este avivamento se espalhe por todas as nossas casas e, depois, pela igreja, até que todos os crentes sejam inflamados pelo fogo que desce dos céus!”

Um Templo ou um Teatro?

Os homens parecem nos dizer: “Não há qualquer utilidade em seguirmos o velho método, arrebatando um aqui e outro ali da grande multidão. Queremos um método mais eficaz. Esperar até que as pessoas sejam nascidas de novo e se tornem seguidores de Cristo é um processo demorado. Vamos abolir a separação que existe entre os regenerados e os não-regenerados. Venham à igreja, todos vocês, convertidos ou não-convertidos. Vocês têm bons desejos e boas resoluções: isto é suficiente; não se preocupem com mais nada. É verdade que vocês não crêem no evangelho, mas nós também não cremos nele. Se vocês crêem em alguma coisa, venham. Se vocês não crêem em nada, não se preocupem; a ‘dúvida sincera’ de vocês é muito melhor do que a fé”.

Talvez o leitor diga: “Mas ninguém fala desta maneira”. É provável que eles não usem esta linguagem, porem este é o verdadeiro significado do cristianismo de nossos dias. Esta é a tendência de nossa época. Posso justificar a afirmação abrangente que acabei de fazer, utilizando a atitude de certos pastores que estão traindo astuciosamente nosso sagrado evangelho sob o pretexto de adaptá-lo a esta época progressista.

O novo método consiste em incorporar o mundo à igreja e, deste modo, incluir grandes áreas em seus limites. Por meio de apresentações dramatizadas, os pastores fazem com que as casas de oração se assemelhem a teatros; transformam o culto em shows musicais e os sermões, em arengas políticas ou ensaios filosóficos. Na verdade, eles transformam o templo em teatro e os servos de Deus, em atores cujo objetivo é entreter os homens. Não é verdade que o Dia do Senhor está se tornando, cada vez mais, um dia de recreação e de ociosidade; e a Casa do Senhor, um templo pagão cheio de ídolos ou um clube social onde existe mais entusiasmo por divertimento do que o zelo de Deus?
Ai de mim! Os limites estão destruídos, e as paredes, arrasadas; e para muitas pessoas não existe igreja nenhuma, exceto aquela que é uma parte do mundo; e nenhum Deus, exceto aquela força desconhecida por meio da qual operam as forças da natureza. Não me demorarei mais falando a respeito desta proposta tão deplorável.


Charles Haddon Spurgeon

Alimentando as Ovelhas ou Divertindo os Bodes

Existe um mal entre os que professam pertencer aos arraiais de Cristo, um mal tão grosseiro em sua imprudência, que a maioria dos que possuem pouca visão espiritual dificilmente deixará de perceber. Durante as últimas décadas, esse mal tem se desenvolvido em proporções anormais. Tem agido como o fermento, até que toda a massa fique levedada. O diabo raramente criou algo mais perspicaz do que sugerir à igreja que sua missão consiste em prover entretenimento para as pessoas, tendo em vista ganhá-las para Cristo. A igreja abandonou a pregação ousada, como a dos puritanos; em seguida, ela gradualmente amenizou seu testemunho; depois, passou a aceitar e justificar as frivolidades que estavam em voga no mundo, e no passo seguinte, começou a tolerá-las em suas fronteiras; agora, a igreja as adotou sob o pretexto de ganhar as multidões.

Minha primeira contenção é esta: as Escrituras não afirmam, em nenhuma de suas passagens, que prover entretenimento para as pessoas é uma função da igreja. Se esta é uma obra cristã, por que o Senhor Jesus não falou sobre ela? .Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. (Mc 16.15) . isso é bastante claro. Se Ele tivesse acrescentado: .E oferecei entretenimento para aqueles que não gostam do evangelho., assim teria acontecido. No entanto, tais palavras não se encontram na Bíblia. Sequer ocorreram à mente do Senhor Jesus. E mais: .Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas e outros para pastores e mestres. (Ef 4.11). Onde aparecem nesse versículo os que providenciariam entretenimento? O Espírito Santo silenciou a respeito deles. Os profetas foram perseguidos porque divertiam as pessoas ou porque recusavam-se a fazê-lo? Os concertos de música não têm um rol de mártires.

Novamente, prover entretenimento está em direto antagonismo ao ensino e à vida de Cristo e de seus apóstolos. Qual era a atitude da igreja em relação ao mundo? .Vós sois o sal., não o .docinho., algo que o mundo desprezará. Pungente e curta foi a afirmação de nosso Senhor: .Deixa aos mortos o sepultar os seus próprios mortos. (Lc 9.60). Ele estava falando com terrível seriedade!

Se Cristo houvesse introduzido mais elementos brilhantes e agradáveis em seu ministério, teria sido mais popular em seus resultados, porque seus ensinos eram perscrutadores. Não O vejo dizendo: .Pedro, vá atrás do povo e diga-lhe que teremos um culto diferente amanhã, algo atraente e breve, com pouca pregação. Teremos uma noite agradável para as pessoas. Diga-lhes que com certeza realizaremos esse tipo de culto. Vá logo, Pedro, temos de ganhar as pessoas de alguma maneira! . Jesus teve compaixão dos pecadores, lamentou e chorou por eles, mas nunca procurou diverti-los. Em vão, pesquisaremos as cartas do Novo Testamento a fim de encontrar qualquer indício de um evangelho de entretenimento. A mensagem das cartas é: .Retirai-vos, separai-vos e purificai-vos!. Qualquer coisa que tinha a aparência de brincadeira evidentemente foi deixado fora das cartas. Os apóstolos tinham confiança irrestrita no evangelho e não utilizavam outros instrumentos. Depois que Pedro e João foram encarcerados por pregarem o evangelho, a igreja se reuniu para orar, mas não suplicaram: .Senhor, concede aos teus servos que, por meio do prudente e discriminado uso da recreação legítima, mostremos a essas pessoas quão felizes nós somos.. Eles não pararam de pregar a Cristo, por isso não tinham tempo para arranjar entretenimento para seus ouvintes. Espalhados por causa da perseguição, foram a muitos lugares pregando o evangelho. Eles .transtornaram o mundo.. Essa é a única diferença! Senhor, limpe a igreja de todo o lixo e baboseira que o diabo impôs sobre ela e traga-nos de volta aos métodos dos apóstolos.
Por último, a missão de prover entretenimento falha em conseguir os resultados desejados. Causa danos entre os novos convertidos. Permitam que falem os negligentes e zombadores, que foram alcançados por um evangelho parcial; que falem os cansados e oprimidos que buscaram paz através de um concerto musical. Levante-se e fale o alcoólatra para quem o entretenimento na forma de drama foi um elo no processo de sua conversão! A resposta é óbvia: a missão de prover entretenimento não produz convertidos verdadeiros. A necessidade atual para o ministro do evangelho é uma instrução bíblica fiel, bem como ardente espiritualidade; uma resulta da outra, assim como o fruto procede da raiz. A necessidade de nossa época é a doutrina bíblica, entendida e experimentada de tal modo, que produz devoção verdadeira no íntimo dos convertidos.

Por último, a missão de prover entretenimento falha em conseguir os resultados desejados. Causa danos entre os novos convertidos. Permitam que falem os negligentes e zombadores, que foram alcançados por um evangelho parcial; que falem os cansados e oprimidos que buscaram paz através de um concerto musical. Levante-se e fale o alcoólatra para quem o entretenimento na forma de drama foi um elo no processo de sua conversão! A resposta é óbvia: a missão de prover entretenimento não produz convertidos verdadeiros. A necessidade atual para o ministro do evangelho é uma instrução bíblica fiel, bem como ardente espiritualidade; uma resulta da outra, assim como o fruto procede da raiz. A necessidade de nossa época é a doutrina bíblica, entendida e experimentada de tal modo, que produz devoção verdadeira no íntimo dos convertidos.


Charles  Haddon Spurgeon
Meus Amados, nosso Salvador tomou o nosso lugar na condenação que estava sobre nos, para declarar diante do Supremo Juíz que a pena da condenação já esta paga. Isso fez ao tomar o nosso lugar na ira de Deus Pai, na Cruz. Portanto não nos envergonhemos do Evangelho pois é poder de Deus para salvação de todo o que crer. Isto é Fé, que é dada pelo próprio Deus. Med. Rm 1.16,17.

Que o Senhor nos de ousadia e coragem para obedecermos a sua Palavra. Aderemos. Amém!


                                                                                                       Missiosnário: João Batista

OS PRIVILÉGIOS DE SER OVELHA DO BOM PASTOR

O Salmo 23 é mundialmente conhecido. Milhões de pessoas o sabem de cor. Sua mensagem tem sido bálsamo para os aflitos, consolo para os tristes e encorajamento para os que estão desalentados. Jesus Cristo é o bom Pastor que morreu pelas ovelhas (Salmo 22). Jesus Cristo é o grande Pastor que vive pelas ovelhas (Salmo 23). Jesus Cristo é o supremo Pastor que voltará para as ovelhas (Salmo 24). Quais são os privilégios de ser ovelha do bom, grande e supremo Pastor? O Salmo 23 nos fala sobre três importantes verdades. Vamos, aqui, considerá-las:
1. O Pastor das ovelhas (Salmo 23.1) – “O Senhor é o meu pastor; nada me faltará”. Duas verdades são aqui destacadas: A primeira é que o nosso pastor é divino. Ele é o Deus auto-existente, onipotente, onisciente e onipresente. Ele é o Deus da aliança, o Deus de toda a graça, o nosso criador, sustentador e salvador. Nele nos movemos e existimos. A segunda verdade é que o nosso pastor é pessoal. Ele é o meu pastor. Ele tem conosco uma relação pessoal. Ele nos conhece e nos chama pelo nome. Ele vela por nós, cuida de nós e supre todas as nossas necessidades.

2. A provisão das ovelhas (Salmo 23.2-5) – A ovelha é um animal indefeso, míope e incapaz de cuidar de si mesma. Ela necessita do cuidado do pastor. O texto em tela nos fala sobre quatro provisões que a ovelha recebe do pastor. A primeira provisão é o descanso (v. 2). O Senhor nos faz repousar em pastos verdejantes e nos leva para as águas de descanso. Ele não apenas nos provê alimento e água, mas também nos dá paz no vale. Ele não apenas nos dá o que necessitamos, mas ele mesmo nos conduz à suas fontes de provisão, fazendo-nos descansar. A segunda provisão é a direção (v. 3). O nosso Pastor nos guia pelas veredas da justiça. Se fôssemos abandonados à nossa própria sorte, entraríamos pelos atalhos perigosos e escorregadios do engano. Se seguíssemos as inclinações do nosso coração, certamente, caminharíamos por trilhas sinuosas que desembocariam em lugares de morte. Mas, o nosso Pastor nos guia pelas veredas da justiça. A terceira provisão é a consolação (v. 4). Na jornada da vida há muitos perigos. A vida cristã não é uma colônia de férias. Cruzamos desertos inóspitos e vales escuros. Atravessamos rios caudalosos e precisamos andar sobre pinguelas estreitas. Porém, mesmo que andemos pelo vale da sombra da morte não precisamos temer mal algum, porque o nosso Pastor está conosco. Sua presença é o antídoto para o nosso medo. A quarta provisão é a vitória (v. 5). O nosso Pastor não apenas caminha conosco diante das dificuldades, mas nos dá vitória contra os inimigos. Ele prepara uma mesa para nós diante dos nossos inimigos. Ele nos honra, ungindo nossa cabeça com óleo e nos dá alegria abundante, fazendo o nosso cálice transbordar.

3. O futuro das ovelhas (Salmo 23.6) – A ovelha de Jesus tem um “passado” passado a limpo. Somos lavados em seu sangue e remidos por sua morte vicária. A ovelha de Jesus tem um presente seguro, uma vez que bondade e misericórdia são como duas escoltas que nos ladeiam todos os dias da nossa vida. Bondade é o que Deus nos dá e não merecemos. Misericórdia é o que Deus não nos dá e nós merecemos. Ele nos dá graça quando merecíamos juízo. Ele suspende o castigo e nos abençoa quando merecíamos ser punidos. A ovelha de Jesus tem, também, um futuro glorioso, pois, depois que a sua jornada terminar neste mundo, irá habitar na Casa do Senhor para sempre. A morte não pode nos separar do nosso Pastor. Ele preparou-nos um lugar, uma casa, um lar, uma pátria. O céu é nosso destino. Estaremos para sempre com ele. Reinaremos com ele. Desfrutaremos de sua bendita companhia para sempre e sempre num lugar onde não haverá choro, nem pranto nem dor. Oh! Quão felizes são as ovelhas do Bom, Grande e Supremo Pastor!

A DIFERENÇA QUE JESUS FAZ NA FAMÍLIA

O casamento é o palco onde se desenrola os grandes dramas da vida. O casamento é o sonho de uns e o pesadelo de outros. É lugar de vida para uns e também ante-sala da morte para outros. É na família que celebramos as nossas vitórias e é também nela que curtimos a nossa dor mais amarga.
O texto de João 2.1-11, nos fala que Jesus foi a uma festa de casamento. Ele participa conosco dos nossos momentos de alegria Ele celebra conosco as nossas vitórias. Esse texto tem algumas lições que podem revolucionar sua vida e salvar o seu casamento:

1. Jesus é a pessoa mais importante a ser convidada para o casamento – Jesus estava presente naquele casamento de Caná da Galiléia. Ele foi convidado e lá compareceu. A presença e a intervenção de Jesus naquele casamento salvou aquela família de um grande constrangimento. A maior necessidade das famílias hoje é da presença de Jesus. As pessoas não estão precisando tanto de mais dinheiro ou mais conforto, mas da presença de Jesus na família. Seu lar pode ter tudo: dinheiro, conforto, saúde, amigos e prosperidade, mas se Jesus ainda não é o centro da sua vida e do seu lar, está faltando o principal. Só Jesus pode satisfazer a sua alma e dar sentido pleno à sua vida e à sua família.

2. Mesmo quando Jesus está presente, os problemas acontecem – Jesus estava presente, mas o vinho acabou na hora da festa. O vinho é símbolo da alegria. Muitos casamentos estão caminhando pela vida sem o vinho da alegria. Há aqueles que perdem a alegria mesmo na festa nupcial. Há casamentos que estão vivendo o drama do desencanto, da decepção e da amargura. Há muitos casais feridos, machucados e desiludidos. Há famílias que mesmo pertencendo ao Senhor, curtem a dor da separação, vivem o estigma da desarmonia e não conseguem experimentar a verdadeira alegria na vida familiar. Em algum momento da caminhada, a alegria foi perdida. Situações adversas e inesperadas conspiraram contra a família e a alegria ameaça ir embora.

3. Precisamos discernir com rapidez quando a alegria está acabando – Maria, usando sua acuidade espiritual e sua profunda percepção feminina, livrou aquela família de um grande vexame. Ela percebeu que o vinho estava acabando e que alguma coisa deveria ser feita. Ela não ficou parada. Ela não guardou o problema só para ela. Ela tomou uma iniciativa. Ela estava ligada. Precisamos também estar com as antenas ligadas. Precisamos ter olhos abertos para ver o que acontece na família. Muitos casamentos naufragam porque os cônjuges não discernem as crises no seu nascedouro. Não agem preventivamente. Deixam o tempo passar e quando vão buscar ajuda já é tarde demais.


4. Precisamos recorrer à pessoa certa na hora da crise – Maria buscou a Jesus. Ela levou o problema à pessoa certa. O segredo da felicidade conjugal não é a ausência de problemas, mas ter sabedoria e pressa para levar os problemas a Jesus. Muitos casais ao entrarem em crise, buscam solução onde não há solução. Cavam cisternas rotas onde não há água. Buscam ajuda em caminhos que só os fazem desviar mais da vereda da felicidade. Jesus é a resposta para a família. Ele é a solução de Deus para o lar. Precisamos levar os problemas da família e deixá-los aos pés de Jesus. Dele vem o nosso socorro. Do céu pro mana a nossa ajuda.

5. Precisamos obedecer e fazer o que Jesus manda – Jesus mandou os serventes encher de água as talhas. Aquela ordem parecia absurda. Eles poderiam ter questionado, dizendo: nós não estamos precisando de água. O que está faltando aqui é vinho. Mas se queremos ver as maravilhas de Deus acontecendo na família, precisamos exercer uma pronta obediência às ordens de Jesus. Precisamos deixar de lado nossas racionalizações e fazer o que ele nos manda. Sempre que obedecemos a Jesus nossa vida é transformada. Sempre que o casal se dispõe a obedecer a Palavra de Deus, o vinho da alegria começa a jorrar de novo dentro do lar.

6. Precisamos ser guiados pela fé e não pelos nossos sentimentos – Aqueles serventes não questionaram, não relutaram nem duvidaram da ordem de Jesus. Eles obedeceram prontamente. Eles creram e agiram. Eles encheram de água as talhas. Eles levaram a água ao mestre sala. Mas quando este enfiou a cuia dentro da água, um milagre aconteceu: a água se transformou em vinho. O milagre da transformação acontece quando nos dispomos a crer e a confiar. Quando fazemos o que Jesus ordena, mesmo que a nossa razão não consiga explicar, experimentamos as maravilhas divinas. Feliz é a família que vive pela fé. Bem-aventurada é a família que obedece a Palavra de Deus.

7. Quando Jesus intervém na família, o melhor sempre vem depois – O vinho que Jesus ofereceu era de melhor qualidade. O costume era sempre oferecer primeiro o melhor vinho, depois servia-se o inferior. Mas com Jesus o melhor vem sempre depois. A vida com Jesus não tem decepções. O casamento não precisa ser uma descida ladeira abaixo. Com Jesus, o casamento é uma aventura cada vez melhor. Os melhores dias não foram os da lua de mel. Os melhores dias estão pela frente. Quando Jesus reina na família a vida conjugal se torna mais consistente, mais profunda, balsamizada por um amor mais maduro e sublime. Muitos casais, infelizmente, estão juntos por causa dos filhos; moram na mesma casa, dormem na mesma cama, mas o coração já está vazio de amor. Os sonhos de uma vida feliz já morreram. Mas, quando Jesus intervém, o amor é restaurado, a alegria volta a pulsar e a família experimenta os milagres do céu.

8. Quando Jesus intervém na família, as pessoas glorificam a Deus e passam a crer nele – Não há milagre maior do que uma família transformada. Não há nada que promova tanto a glória de Deus do que ver um casamento sendo restaurado e uma família experimentando a alegria verdadeira, depois de um tempo de tristeza e dor. Os discípulos de Jesus passaram a crer nele depois desse milagre e muitos glorificaram a Deus. Jesus é o mesmo. Ele nunca mudou. Ele ainda continua fazendo maravilhas na vida das famílias. Ele pode restaurar também a alegria lá na sua casa. Ele pode mudar a sua sorte. Ele pode curar as suas feridas, restaurar a sua alma e refazer o seu casamento. Ele pode derramar amor em seu coração. Ele pode lhe dar capacidade de perdoar. Ele pode transformar o seu deserto árido em manancial. Ele pode fazer florescer no seu coração a esperança de uma nova vida, de um casamento restaurado, de uma família cheia de verdor e felicidade!

COMPROMISSOS DE UM HOMEM DE DEUS


O que é um homem de Deus? Como podemos conhecê-lo? Quais são suas marcas? O que rege a sua vida? O apóstolo Paulo escrevendo sua primeira carta a Timóteo, nos versículos 11 a 16, acentua quatro importantes compromissos de um homem de Deus. O homem de Deus é conhecido por aquilo de que ele foge, segue, combate e guarda. Vamos examinar esses pontos.

1. O homem de Deus é conhecido por aquilo de que ele foge (1Tm 6.11) – Paulo diz: “Tu, porém, ó homem de Deus , foge dessas coisas...”. De que coisas um homem de Deus deve fugir? Deve fugir da inveja, da difamação, das suspeitas malignas, das contendas e brigas sem fim e, sobretudo, da ganância, ou seja, do amor ao dinheiro, que é a raiz de todos os males (1Tm 6.3-10). Aqueles que se entregam à maldade e à avareza atormentam-se a si mesmos e caem no laço do diabo. Um homem de Deus não é apegado às coisas materiais. Ele não ama o dinheiro, mas o Senhor. Ele busca uma vida santa e sabe que a piedade, com contentamento, é grande fonte de lucro. Muitas pessoas são escravas de Mamom. Prostram-se diante desse ídolo, chamado dinheiro, e são ávidas pelo lucro, mesmo que para obtê-lo tenham que se envenenar de inveja, ódio e cobiça.
2. O homem de Deus é conhecido por aquilo que ele segue (1Tm 6.11) – O apóstolo Paulo continua: “... segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância, a mansidão”. Um homem de Deus foge do pecado e segue a virtude. Ele abomina o mal e anseia pelo bem. Ele foge da injustiça, mas busca o que é justo mais do que o ouro e a prata. Ele foge da vida promíscua e impura e segue a piedade. Seu prazer não está no dinheiro, mas em Deus. Ele foge da incredulidade e segue a fé. Ele se deleita na Palavra e crê de todo o seu coração nas promessas do Eterno. Ele foge das altercações sem fim, das brigas empapuçadas de mágoa e segue o amor. Ele foge do estilo de vida inconstante daqueles que correm atrás do vento e segue a constância. Ele foge do destempero emocional e segue a mansidão.
3. O homem de Deus é conhecido por aquilo que ele combate (1Tm 6.12) - O apóstolo ainda escreve: “Combate o bom combate da fé, toma posse da vida eterna...”. Havia aquele tempo, como ainda hoje, muitos falsos mestres espalhando suas heresias. Timóteo devia entender que a vida cristã é uma luta sem trégua e sem pausa contra o erro e na promoção da verdade. Ele deveria como soldado de Cristo, combater o combate certo, com a motivação certa. Há muitas pessoas que entram na luta errada, com as armas erradas e com a motivação errada. Timóteo não devia brigar por causa de dinheiro, mas combater em defesa da fé verdadeira. Timóteo deveria nessa batalha em favor da fé, tomar posse da vida eterna. Ele deveria estar convicto e seguro daquilo que Cristo tinha feito por ele e nele, e então, sair bravamente em defesa da verdade.
4. O homem de Deus é conhecido por aquilo que ele guarda (1Tm 6.14) – Finalmente, Paulo diz: “que guardes o mandamento imaculado, irrepreensível, até a manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo”. Muitos obreiros haviam se desviado do caminho, como Demas. Outros haviam se intoxicado de soberba como Diótrefes. Ainda outros haviam sido seduzidos pelas heresias dos falsos mestres. Mas, um homem de Deus deve guardar o mandamento, a Palavra de Deus, vivendo de maneira irrepreensível até a volta do Senhor Jesus. Um homem de Deus não negocia a verdade nem transige com seus absolutos. Um homem de Deus não se rende à tentação do lucro em nome da fé nem abastece seu coração com as ilusões de doutrinas estranhas às Escrituras. Um homem de Deus ama a Palavra, guarda a Palavra, vive a Palavra e prega a Palavra.

Que vejamos nesta geração o surgimento de muitos homens de Deus, gente disposta a fugir do pecado, a seguir a justiça, a combater o bom combate da fé e a guardar a Palavra, vivendo uma vida imaculada e irrepreensível.

SOBERANIA DE DEUS NA SALVAÇÃO


Em 1619, o Sínodo de Dort, na Holanda, refutou as teses de Armínio e estabeleceu o que chamamos dos cinco pontos do Calvinismo. Charles Spurgeon corretamente afirmou que Calvinismo nada mais é do que a exposição da doutrina apostólica. O grande destaque dos cinco pontos do Calvinismo é a soberania de Deus na salvação.

1. O homem não pode salvar-se a si mesmo
A Bíblia é categórica em afirmar que todos pecaram.
1 Não há justo nenhum sequer. Rm 3.10-12
2 O homem em seu estado natural está cego. 2Co 4.4
3 perdido. Lc 19.10
4 e morto. Ef 2.1
5 Ele está escravizado pela carne, pelo mundo e pelo diabo. Ef 2.2,3
6 O homem é concebido em pecado. Sl 51.5
7 e não tem poder para livrar-se dele por si mesmo. Jo 8.34
8 O pecado atingiu todo o seu ser: mente, corpo e espírito. A não ser que Deus o salve, ele perecerá eternamente. Rm3.23

2. A eleição divina é incondicional
9 Foi Deus quem nos escolheu e não nós a ele. Jo 15.16
10 Foi ele quem nos amou primeiro. 1Jo 4.10
11 A eleição divina é eterna. Ef 1.4
12 soberana. 2Tm 1.9
13 e cristocêntrica. Ef 1.4-5
14 Deus nos escolheu do pecado e não no pecado. 2Ts 2.13
15 Fomos eleitos para a santidade. Ef 1.4
16 e obediência. 1Pe 1.2
17 A causa da nossa eleição não está na fé, mas esta é conseqüência da eleição. At 13.48
18 Tudo provém de Deus que reconciliou consigo mesmo o mundo. 2Co 5.18
19 A salvação é obra exclusiva de Deus. Jn2.9 Monergismo.

3. O sacrifício de Cristo é eficaz
20 Cristo não morreu para possibilitar a nossa salvação, ele morreu para nos salvar. Mt 26.28
21 Sua morte foi vicária in-substitutiva. 2Co 5.21
22 Ele morreu pelos nossos pecados. 1Co 15.3
23 e ressuscitou para a nossa justificação. Rm 4.25
24 Não pode perecer eternamente aquele por quem Cristo morreu, uma vez que seu sacrifício na cruz foi plenamente vitorioso em seus efeitos. Rm 3.24-26
25 Cristo morreu pela igreja. Ef 5.25
26 e nenhum daqueles que o Pai lhe deu há de perecer. Jo 6.36,37;17.12

4. O chamado para a salvação é irresistível
27 Todos os eleitos, por quem Cristo deu a sua vida, são chamados, justificados e glorificados. Rm 8.30
28 As ovelhas de Cristo ouvem a sua voz e o seguem. Jo 10.27
29 Todo aquele que o Pai dá a Jesus vem a ele. Jo 6.36,37
30 É a bondade de Deus que nos conduz ao arrependimento. Rm2.4
31 É o próprio Deus quem abre o coração do homem para fé salvadora. At 16.14
32 A própria fé é um dom imerecido de Deus. Ef 2.8-9
33 É o Espírito Santo quem nos regenera. Tt 3.5
34 e nos faz nascer de novo. Jo 3.3,5
35 Deus fala ao homem de diversas maneiras, usando vários instrumentos, mas o chama eficazmente pela Palavra. Jo 17.20

5. A salvação não pode ser perdida
36 Uma vez salvo, salvo para sempre. Rm 8.30-39
37 Não pode perecer alguém escolhido por Deus na eternidade, remido por Cristo na cruz, chamado eficazmente pelo evangelho e regenerado pelo Espírito Santo. Rm 8.30
38 Ninguém pode arrebatar uma pessoa salva das mãos de Jesus. Jo10.28
39 Aquele que foi convertido a Cristo tem o selo do Espírito Santo. Ef 1.13-14
40 é propriedade exclusiva de Deus. 1Pe 2.9
41 e tem seu nome escrito no livro da vida. Ap 20.15
42 Nenhuma pessoa nem circunstância podem afastar uma pessoa salva do amor de Deus. Rm 8.35-39
43 nem impedi-la de chegar ao seu lar eterno. Sl 73.24; 84.7

JOÃO CALVINO, O CÉREBRO DA REFORMA


Ele nasceu no dia 10 de julho de 1509 na França e morreu no dia 27 de maio de 1564 em Genebra, na Suíça. Calvino foi o maior expoente da reforma. Influenciou não apenas a teologia, mas, também, a economia, a política e a educação. Destacaremos quatro áreas da vida desse gigante de Deus.


1. A teologia de Calvino - O reformador João Calvino foi o sistematizador da doutrina reformada. Aos 26 anos de idade escreveu As Institutas da Religião Cristã, fazendo uma exposição do Credo Apostólico. Esta obra tornou-se a maior referência teológica de todos os tempos. É muito importante ressaltar que Calvino não foi um inovador. Ele voltou à doutrina dos apóstolos. Ele voltou às Escrituras. Ele tinha um alto conceito da Palavra de Deus e esmerou-se em ensiná-la com irrestrita fidelidade. A influência de Calvino na teologia é tão destacada, que a doutrina reformada foi cognominada depois de sua morte de Calvinismo. No Sínodo de DORT, na Holanda, mais de cinqüenta anos depois da morte do reformador, cunhou-se o que nós chamamos de cinco pontos do Calvinismo: Depravação Total, Eleição Incondicional, Expiação Limitada, Graça Irresistível e Perseverança dos Santos.

2. A pregação de Calvino - Calvino foi um expositor bíblico. Pregou quase toda a Bíblia, usando o método lectio continua, expondo as Escrituras livro por livro, capítulo por capítulo, versículo por versículo. Calvino foi um exegeta extraordinário. Ele conhecia profundamente as línguas originais, a tal ponto de ler direto no Hebraico quando pregava no Antigo Testamento e direto no Grego quando pregava no Novo Testamento. Calvino pregava em média três vezes por semana. Ele foi essencialmente um pregador, um homem do púlpito. Para ele o púlpito era o trono de Deus na terra, de onde Deus governa o seu povo. Ouvir a exposição das Escrituras é ouvir a própria voz de Deus.

3. A prática pastoral de Calvino - Calvino não foi um homem sisudo, frio e distante das pessoas. Ao contrário, era um devotado pastor de suas ovelhas. Mesmo com uma agenda tão congestionada, ainda encontrava tempo para visitar o rebanho e orar com o seu povo. O ministério de Calvino abrangia um horizonte muito mais amplo do que apenas o cuidado da igreja local em Genebra. Ele era consultado por pastores e concílios de vários países para dar orientação à luz das Escrituras. Ele viajava para atender muitos convites. Calvino era um apologeta incomparável e ajudou a igreja do seu tempo a resolver os mais intrincados conflitos teológicos, sempre se pautando pela fiel exposição da Palavra. Mesmo atormentado por constantes dores e enfermidades, Calvino respondia inúmeras cartas, escrevia muitos livros e pregava com freqüência regular.

4. A influência social de Calvino - Calvino influenciou não apenas a igreja, mas, também, a sociedade como um todo. Ele fundou uma academia em Genebra, onde não faltou o curso de Teologia. Ele preparou missionários e os enviou para o mundo inteiro, inclusive para o Rio de Janeiro. Ele acolheu os foragidos de guerra e fez de Genebra um lar hospitaleiro para os que buscavam refúgio. Genebra foi transformada na mais esplêndida maquete do Reino de Deus na terra, sobretudo, pela pregação desse destemido reformador. Calvino influenciou a política, a cultura e a economia. Ele foi intelectual, sem deixar de ser piedoso. Ele foi um homem à frente do seu tempo. Depois de quinhentos anos de seu nascimento, ainda exerce decisiva influência em todo o mundo ocidental, especialmente no contexto das igrejas reformadas. Rendemos glórias ao nosso Deus por tão preciosa vida!

JEJUM, FOME DE DEUS



O jejum é uma prática milenar, porém em desuso na igreja cristã contemporânea. O jejum está presente tanto no Antigo como no Novo Testamento. Os profetas, os apóstolos, Jesus e muitos homens de Deus ao longo da história experimentaram os benefícios espirituais por intermédio do jejum. Os santos de Deus em todos os tempos e em todos os lugares não somente creram no jejum, como também o praticaram. Hoje, porém, são poucos os crentes que jejuam com regularidade e ainda há muitas dúvidas acerca da sua necessidade e de seu funcionamento.

O que é jejum? É a abstenção de alimento por um período definido para um propósito definido. O jejum não é apenas abstinência de alimento. Não é um regime para emagrecer. Ele deve ter propósitos espirituais claros. Jejum é fome de Deus, é saudade do céu. A Bíblia diz que comemos e bebemos para a glória de Deus e também jejuamos para a glória de Deus (1Co 10.31). Se comemos para a glória de Deus e jejuamos para a glória de Deus, qual é a diferença entre comer e jejuar? Quando comemos nos alimentamos do pão da terra, símbolo do Pão do céu; mas quando jejuamos não nos alimentamos do símbolo, mas da essência, ou seja, nos alimentamos do próprio Pão do céu. Jejuar é amar a realidade acima do emblema. O alimento é bom, mas Deus é melhor (Mt 4.4; Jo 4.32). A comunhão com Deus deve ser a nossa mais urgente e apetitosa refeição. Nós glorificamos a Deus quando o preferimos acima dos seus dons.

O maior obstáculo para o jejum não são as coisas más, mas as coisas boas. Nem sempre nos afastamos de Deus por coisas pecaminosas em si mesmas. Os mais mortíferos apetites não são pelos venenos do mal, mas pelos simples prazeres da terra, os deleites da vida (Lc 8.14; Mc 4.19). "Os prazeres desta vida" e "os desejos por outras coisas" não são um mal em si mesmos. Não são vícios. São dons de Deus. No entanto, todas elas podem tornar-se substitutos mortíferos do próprio Deus em nossa vida. Jesus disse que antes de sua volta as pessoas estarão vivendo desatentas como a geração que pereceu no dilúvio. E o que elas estavam fazendo? Comendo e bebendo, casando-se e dando-se em casamento (Mt 24.37-39). Que mal há em comer e beber, casar e dar-se em casamento? Nenhum! Mas, quando nos deleitamos nas coisas boas e substituímos Deus pelas dádivas de Deus estamos em grande perigo. O jejum não é fome de coisas boas; o jejum é fome de Deus. O jejum não é fome de coisas que Deus dá; o jejum é fome do Deus doador. Nossa geração corre atrás das bênçãos de Deus em vez de buscar o Deus das bênçãos. Deus é melhor do que suas dádivas. O abençoador é melhor do que a bênção.

O propósito do jejum não é obter o favor de Deus ou mudar a sua vontade (Is 58.1-12). Tampouco impressionar os outros com uma espiritualidade farisaica (Mc 6.16-18). Nem é para proclamar a nossa própria espiritualidade diante dos homens. Jejum significa amor a Deus. Jejuar para ser admirado pelos homens é ter uma motivação errada. Jejum é fome do próprio Deus e não por aplausos humanos (Lc 18.12). É para nos humilharmos diante de Deus (Dn 10.1-12), para suplicarmos a sua ajuda (2Cr 20.3; Ed 4.16) e para voltarmo-nos para Deus com todo o nosso coração (Jl 2.12,13). É para reconhecermos a nossa total dependência divina (Ed 8.21-23). O jejum é um instrumento para fortalecer-nos com poder divino, em face dos ataques do inferno (Mc 9.28,29).
É tempo da igreja jejuar! É tempo da igreja voltar-se para Deus de todo o seu coração, com jejuns e com pranto. É tempo de buscar um reavivamento verdadeiro que traga fome de Deus em nossas entranhas, que traga anseio por um profundo despertamento da realidade de Deus em nossa igreja, em nossa cidade, em nossa nação!

VALE TUDO PARA ENCHER AS IGREJAS

Esta semana saiu a notícia abaixo. Não deixem de abrir o link e ler, para entender meus comentários:
Noites de luta e reggae 'enchem igrejas evangélicas no Brasil', diz 'NYT' - Estadao.com.br

Quando li a notícia fiquei pensando nos dias em que eu era seminarista, evangelizando na cidade de Olinda, Pernambuco, em bairros famosos pelo alto índice de jovens e drogas. Eu costumava promover encontros com música "gospel" para reunir os jovens, realizar acampamentos e eventos onde sempre havia a pregação da Palavra e evangelização.

Mas, sempre nos deparávamos com um problema: onde arrebanhar os jovens que se "convertiam" nestes eventos? Eles estranhavam demais as igrejas tradicionais, para onde os enviávamos. E os membros destas igrejas também os estranhavam, pela maneira de se vestirem, tatuagens, brinquinhos, cabeludos... ficávamos diante de duas alternativas. A primeira, que nunca quisemos, de abrir uma igreja diferente para abrigar estes jovens. A segunda, que acabou não funcionando, que era convencer os pastores das igrejas tradicionais a se adaptarem ou criarem espaços em suas igrejas para receber estes jovens, uma espécie de ante-câmara preparativa para o ingresso nas igrejas.

Várias das igrejas históricas tradicionais, diante das rápidas e profundas mudanças culturais que estavam acontecendo na década de 80 e 90, preferiram ficar na zona de conforto cultural e se fecharam para um mínimo de abertura. Adaptações culturais poderiam ter sido feitas, para receber estas gerações, sem comprometer as doutrinas da graça, o culto a Deus, e o bom andamento destas igrejas.

Quando vejo hoje notícias como esta, que encabeça este post, percebo que criar novas igrejas fundadas em cima dos pressupostos, customes e práticas de uma geração -- como por exemplo, o movimento das igrejas emergentes nos Estados Unidos e suas similares aqui no Brasil -- acaba levando a isto que estamos vendo, como a Renascer, tendo que promover sempre novidades, como luta livre, para atrair jovens e mantê-los na comunidade. Por outro lado, lamento que as igrejas tradicionais têm tido dificuldade em fazer adaptações mínimas que possam tornar mais fácil o ingresso desta geração em suas fileiras, como música contemporânea de boa qualidade e teologicamente sadia, liturgias centradas em Deus que ao mesmo tempo engagem o povo em adoração e reflexão, programações sociais e encontros atrantes e relevantes, com conteúdo e diversão, pontes para evangelização que nos coloquem em contato com esta geração e nos permitam levar-lhes de maneira relevante e significativa a mensagem sempre atual do Evangelho de Cristo.

Luta-livre em igrejas evangélicas como método de crescimento de igreja, embora nos choque, é a conclusão lógica da teologia pragmática que sustenta o movimento de crescimento de igrejas, que se pensava que estivesse defunto, mas eis que ressurge pelas pesadas portas abertas das igrejas emergentes. Nesta visão, vale tudo para encher igrejas. E aquelas que não estão dispostas a encher seus salões a qualquer preço, são vistas como retrógradas, sem o Espírito Santo, fechadas, etc.

Comentando o assunto com Solano, ele me escreveu o seguinte: "os jovens precisam também entender que conversão e teologia correta envolvem várias mudanças comportamentais, considerações pelos outros, abnegação – para não forçar os direitos ou estilos de vida sobre os outros. Ou seja, nem toda tradição é careta – muitas coisas têm razão de ser. Uma igreja que se estruture só para jovens ou para abrigar um determinado tipo de cultura, se tiver a teologia correta, cedo verificará a necessidade de estar ministrando a famílias, a ter departamentos infantis, presbíteros, diáconos, etc."

Existem igrejas que têm feito tentativas de acolher a presente geração sem contudo prejudicar o serviço aos mais velhos e sem comprometer a boa teologia, como a de Mark Driscoll, em Seattle, que preza uma teologia correta e prega arrependimento, inerrância da Palavra, céu e inferno, mediação de Cristo e a soberania de Deus; mas que desenvolve uma abordagem contemporânea e assim pode cumprir funções evangelísticas cruciais no Corpo de Cristo, em seu sentido mais amplo.

Todavia, à medida que igrejas como esta do Driscoll envelhecem, e os jovens de hoje começarem a constituir famílias, ter filhos e envelhecer, elas terão de se adaptar outra vez para não perder o rebanho. E lá virão as reuniões de casais, cursos sobre famílias, encontros da terceira idade, reuniões de senhoras, etc. É inevitável. Esta síndrome de Peter Pan destas igrejas cedo esbarrará na realidade inexorável do envelhecimento.

Lamento pelas duas coisas. Primeiro, pela baixaria a que determinados segmentos considerados "evangélicos" pela mídia chegou para encher templos. Segundo, pela aparente incapacidade de uma parte das igrejas históricas de se comunicarem de maneira mais relevante com a atual geração jovem e recebê-la em suas comunidades, sem jamais comprometer ou diluir a boa doutrina e prática do Evangelho.


Igreja Presbiteriana Promorar

Predestinados ao Senhor antes da fundação do mundo, Presbiterianos e Calvinistas inflamados, que protesta contra as impudicícias deste mundo, ao qual não pertence. Crente numa fé reformada equilibrada e de acordo com as escrituras sagradas...
- Sola Scriptura: “Reafirmamos a Escritura inerrante como fonte única de revelação divina escrita, única para constranger a consciência. A Bíblia sozinha ensina tudo o que é necessário para nossa salvação do pecado, e é o padrão pelo qual todo comportamento cristão deve ser avaliado. Negamos que qualquer credo, concílio ou indivíduo possa constranger a consciência de um crente, que o Espírito Santo fale independentemente de, ou contrariando, o que está exposto na Bíblia, ou que a experiência pessoal possa ser veículo de revelação.” (Declaração de Cambridge)
“E que desde a tua meninice sabes as sagradas Escrituras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus. Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra.” (2 Timóteo 3:15-17)
- Solus Christus: “Reafirmamos que nossa salvação é realizada unicamente pela obra mediatória do Cristo histórico. Sua vida sem pecado e sua expiação por si só são suficientes para nossa justificação e reconciliação com o Pai. Negamos que o evangelho esteja sendo pregado se a obra substitutiva de Cristo não estiver sendo declarada e a fé em Cristo e sua obra não estiver sendo invocada.” (Declaração de Cambridge)
“Quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito” (João 19:30)
- Sola Gratia: “Reafirmamos que na salvação somos resgatados da ira de Deus unicamente pela sua graça. A obra sobrenatural do Espírito Santo é que nos leva a Cristo, soltando-nos de nossa servidão ao pecado e erguendo-nos da morte espiritual à vida espiritual.Negamos que a salvação seja em qualquer sentido obra humana. Os métodos, técnicas ou estratégias humanas por si só não podem realizar essa transformação. A fé não é produzida pela nossa natureza não-regenerada.” (Declaração de Cambridge)
“Pela graça sois salvos, por meio da fé - isto não vem de vós, é Dom de Deus - não de obras, para que ninguém se glorie" (Efésios 2:8-9)
- Sola Fide: Reafirmamos que a justificação é somente pela graça somente por intermédio da fé somente por causa de Cristo. Na justificação a retidão de Cristo nos é imputada como o único meio possível de satisfazer a perfeita justiça de Deus. Negamos que a justificação se baseie em qualquer mérito que em nós possa ser achado, ou com base numa infusão da justiça de Cristo em nós; ou que uma instituição que reivindique ser igreja, mas negue ou condene sola fide possa ser reconhecida como igreja legítima. (Declaração de Cambridge)
“Concluímos, pois, que o homem é justificado pela fé, sem as obras da lei” (Romanos 3:28)
- Soli Deo Gloria: Reafirmamos que, como a salvação é de Deus e realizada por Deus, ela é para a glória de Deus e devemos glorificá-lo sempre. Devemos viver nossa vida inteira perante a face de Deus, sob a autoridade de Deus, e para sua glória somente. Negamos que possamos apropriadamente glorificar a Deus se nosso culto for confundido com entretenimento, se negligenciarmos ou a Lei ou o Evangelho em nossa pregação, ou se permitirmos que o afeiçoamento próprio, a auto-estima e a auto-realização se tornem opções alternativas ao evangelho. (Declaração de Cambridge)
“E agora glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse.” (João 17:5)
... Portanto meus amigos, bem melhor que me conhecer, é conhecer Jesus e reconhecê-lo como único meio para chegarmos a Deus. E nunca desmerecer seu sacrifício na cruz do calvário.
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (João 3:16)
Senhor Deus Pai Todo Poderoso, tem misericórdia de nós. Em nome de Jesus. Amém.